REALIZADOR JOSÉ BARAHONA APRESENTA DOIS FILMES EM AMARANTE - 17 DE FEVEREIRO




O realizador de cinema português José Barahona visita a nossa cidade a 17 de Fevereiro a convite do Cineclube de Amarante, para apresentar dois filmes da sua autoria: e a curta-metragem “A Pastoral”.
“O Manuscrito Perdido”, o filme que merece mais destaque, traça a partir da personagem queirosiana de Fradique Mendes, uma reflexão sobre a presença portuguesa no Brasil, tocando temas como a escravatura ou as relações com os índios. É, na prática um filme sobre a lusofonia como refere José Eduardo Agualusa: “O "Manuscrito Perdido" é um jogo inteligente e divertido sobre as trocas culturais no vasto mundo da língua portuguesa”.

Cineclube de Amarante
Santa Luzia (por baixo dos CTT)
Dia 17 de Fevereiro a partir das 21h30, com a presença do realizador

O Manuscrito Perdido

Sinopse

Dizem que no Mosteiro de Cairu, uma pequena cidade a sul de Salvador, existe um manuscrito perdido de Fradique Mendes. Fradique foi um poeta e aventureiro português, amigo de Eça de Queiroz, que se instalara na região no final século XIX. Por ter libertado todos os seus escravos, foi odiado e perseguido pelos esclavagistas brasileiros. Na urgência da fuga, terá deixado em Cairu este manuscrito que reflectia sobre as origens da sociedade brasileira e se pronunciava sobre algumas questões sociais da época: os expatriados, a escravatura, e as lutas dos índios. O filme parte em busca do manuscrito e refaz a viagem de Fradique Mendes na sua fuga, visitando alguns lugares que podem hoje fazer luz sobre estas mesmas questões: as comunidades dos descendentes dos escravos africanos, as aldeias indígenas onde Cabral primeiro chegou, e os acampamentos dos sem terra. No fundo grupos sociais que têm em comum algo com mais de 500 anos: a luta pela liberdade através da luta pela posse da terra.

O "Manuscrito Perdido" é um jogo inteligente e divertido sobre as trocas culturais no vasto mundo da língua portuguesa. Quase uma ficção disfarçada de documentário. Quase um documentário disfarçado de ficção. A jornada que se propôe talvez seja, afinal, uma das soluções, senão a única solução, para o futuro do cinema português: a redescoberta do Brasil pelos portugueses, a redescoberta de Portugal e das Áfricas, pelo Brasil. A possibilidade de um cinema comum.

José Eduardo Agualusa

Trailer: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HphvnH0wAA8

Crónica de Alexandra Lucas Coelho na abertura da 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, no Rio de Janeiro http://blogues.publico.pt/atlantico-sul/2011/11/26/o-manuscrito-perdido/

A Pastoral
Preto e Branco, 25 minutos, 2004.
Com Micaela Cardoso, João Miguél Rodrigues, e João Lagarto.
Argumento: José Barahona e Francisco Luis Parreira.
Fotografia:Leonardo Simões
Som: Emidio Buchinho
Montagem: Patricia Saramago
Melhor Curta Metragem, Caminhos do Cinema Português, Coimbra, 2005.
Menção Honrosa, Fantasporto 2005.

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