18 Junho - Um lugar para viver


Título original: Away We Go

De: Sam Mendes

Com: John Krasinski, Maya Rudolph, Carmen Ejogo, Jeff Daniels
Género: Comédia, Drama
Classificação: M/16
Origem: EUA/GB
Ano: 2009
Cores, 98 min
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Verona (Maya Rudolph) e Burt (John Krasinski) são namorados, têm 33 anos e fazem uma aterradora descoberta: vão ter um filho. Quando percebem que os pais dele vão deixar o país um mês antes do nascimento do bebé tomam consciência que já nada os prende ao lugar onde vivem. Decidem então fazer uma longa viagem pelos EUA e Canadá em busca de um lugar para viver e de um modelo familiar que os inspire no seu novo papel de pais. Pelo caminho vão reencontrar velhos amigos, alguns com famílias mais excêntricas, outros mais conservadores, mas todos com as suas próprias contrariedades e alegrias. No final ambos vão compreender que o lugar a que chamarão lar é, de todos, o detalhe menos importante...
O último filme de Sam Mendes ("Beleza Americana", "Caminho para a Perdição", "Revolutionary Road"), em estilo "road movie", fala sobre a beleza de cada recomeço e do pouco controlo que cada um pode ter sobre o seu próprio destino.


Mário Jorge Torres, in PÚBLICO, 8 de Abril de 2010
Um lugar para viver
Já se tinha percebido, pelos limites de "Revolutionary Road", que Sam Mendes dificilmente conseguiria voltar a atingir as grandezas de "Beleza Americana", a muitos níveis um filme em estado de graça.
No entanto, "Um Lugar para Viver" cumpre os objectivos a que se propõe: um inteligente exercício sobre as angústias quotidianas, encenado com rigor e com aquela precisão quase de marcação teatral, que constitui a grande imagem de marca do realizador. Oscilando entre um tom dramático e uma componente de alívio cómico, em doses equilibradas, o filme constrói personagens complexas (excelente direcção de actores) e resiste às facilidades de um registo patético, em que poderia cair, ao optar pelas aventuras e desventuras de um casal à procura de um ideal "lugar ao sol". Falta talvez o cinismo lúcido de "Beleza Americana", mas sobra a capacidade de narrar as pequenas surpresas de um microcosmos de reconhecível verosimilhança.


João Lopes, in DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 31 Março 2010
Refazendo a herança de Billy Wilder
Na árvore genealógica de Hollywood, Billy Wilder é um modelo exemplar do grande artesão: versátil e acutilante em qualquer género. Sam Mendes, de quem se estreou recentemente Um Lugar para Viver, gosta de o citar como uma inspiração.
Questionado sobre os cineastas que mais admira, Sam Mendes gosta de dizer que está fora do clube a que pertencem autores obsessivos como Alfred Hitchcock, Ingmar Bergman ou Jean-Luc Godard. O seu trabalho pauta-se pelo gosto da diversidade de géneros e modelos de produção. Quando evoca um clássico capaz de simbolizar tal agilidade, o nome que surge é Billy Wilder, o homem que, com a mesma verve, filmou Gloria Swanson na tragédia de Crepúsculo dos Deuses (1950) ou Marilyn Monroe na alegria de Quanto Mais Quente Melhor (1959).
Depois da guerra de Jarhead e das crueldades conjugais de Revolutionary Road, surge Um Lugar para Viver, filme mais devedor de uma certa nostalgia on the road enraizada no imaginário dos anos 60 do que da profusão de efeitos especiais (e dólares) que tem dominado Hollywood. Sam Mendes diz, com muita graça, que não acontece grande coisa no filme, pouco se avançando para além da premissa inicial: um jovem casal que vai ter o primeiro filho e parte à procura do lugar ideal para viver... Mas esse “não-acontecer” é profundamente paradoxal: este é um cinema de eventos microscópicos, habitado por uma intensidade emocional que se pode exprimir no tom aparentemente neutro de uma frase ou no silêncio que acompanha uma carícia.
Será, talvez, a mais bizarra das ironias, mas o certo é que um inglês como Sam Mendes aponta assim, ao cinema americano, a necessidade de preservar o melhor do seu património narrativo, em particular a riqueza imensa da tradição (melo)dramática. Dir-se-á que o cineasta desmentiu tudo isso ao assumir as rédeas do próximo James Bond... Mas não: primeiro, porque Bond é inglês; segundo, porque Billy Wilder era homem para fazer o mesmo.


Entrevista com o realizador, Sam Mendes

12 Junho - 15º Aniversário do Cineclube


Caros amigos,

Em Junho de 1995 queríamos*:

a) Fazer renascer o hábito de ver cinema em Amarante, desmistificando a ideia da impossibilidade deste tipo de projectos fora dos grandes centros urbanos;
b) Evitar a crescente desertificação da cidade por falta de alternativas culturais;
c) Rentabilizar, em prol da cultura, o apoio concedido pela Câmara Municipal;
d) Criar um cineclube que possa conduzir à ideia de que a obra de arte se torne semente do futuro, mola impulsionadora de uma visão nova das coisas, de um novo pensamento, de uma estética cinéfila, de uma nova formação cultural.

Se o Cineclube que pretendemos criar, puder ajudar a essa percepção e ao enriquecimento interior, ficaremos um pouquinho orgulhosos. Mesmo com imodéstia.

* excerto do folheto distribuído nas primeiras sessões do Cineclube de Amarante.

15 anos depois ainda cá andamos. Depois de exibirmos, em programação normal e ciclos temáticos, mais de 900 filmes, em mais de 1.250 sessões. Depois de realizarmos acções de formação, exposições, promovermos encontros com realizadores e actores, extensões de festivais de cinema, participarmos activamente em seminários, colóquios e encontros sobre cinema, marcarmos presença regular nos festivais e iniciativas de carácter cultural e cinematográfico. Depois de vários anos com a iniciativa Cinema ao Luar. Depois disto, alguma coisa deve ter ficado.


Sombras, um filme sonâmbulo

11 Junho - O Dia da Saia


Título original: La Journée de la Jupe

De: Jean-Paul Lilienfeld

Com: Isabelle Adjani, Denis Podalydès, Yann Collette
Género: Drama
Classificação: M/16
Origem: BEL/FRA
Ano: 2008
Cores, 87 min

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Sonia Bergerac (Isabelle Adjani) é uma professora de meia-idade cujo divórcio a deixou numa depressão profunda, encontrando algum controlo nos fortes medicamentos que toma diariamente. Ela é, literalmente, uma mulher à beira de um colapso nervoso. Depois de anos a lidar com os problemas de indisciplina dos seus "difíceis" alunos, maioritariamente filhos de emigrantes muçulmanos, e de obedecer às regras pouco comuns do director da escola, decide quebrar uma das regras que não permite o uso de saia na sala de aulas. Para além da reacção pouco amistosa por parte dos seus alunos, encontra uma arma na mochila de um deles acabando por ferir acidentalmente um outro numa perna. Sem saber o que fazer, torna toda a turma como refém...
Produzido pelo canal francês ARTE, um drama social dentro da sala de aulas, desta vez realizado por Jean-Claude Lillienfeld.

1 Junho - 3ª feira - Dia Mundial da Criança - 18 horas - Artur e a Vingança de Maltazard


Título original: Arthur et la vengeance de Maltazard

De: Luc Besson

Com: Snoop Doggy Dogg (Voz), Asa Butterfield (Voz), Mia Farrow (Voz), Freddie Highmore (Voz)
Género: Animação, Aventura
Classificação: M/6
Origem: FRA
Ano: 2009
Cores, 93 min


Depois de longos meses de espera, chega finalmente o fim do décimo ciclo da Lua. Artur pode então regressar ao mundo dos Minimeus e reencontrar Selénia, a princesa que ele nunca conseguiu esquecer. No pequeníssimo mundo subterrâneo, todos se aprontam para o receber com uma enorme festa de boas-vindas. Mas tudo se complica quando o pai de Artur decide que as férias do filho em casa dos avós terminaram, enviando uma mensagem de que chegará nesse mesmo dia para o levar de volta.
Quando está prestes a partir com o pai, uma estranha aranha entrega-lhe um grão de arroz com um pedido de ajuda de Selénia. Nesse momento ele compreende que, independentemente de tudo o resto, terá de regressar à vila dos Minimeus e ajudar a salvar o seu pequeno mundo...
O filme sequela de "Artur e os Minimeus", também realizado pelo francês Luc Bresson.


Junho 2010 - Cartaz


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